Pai Joaquim de Angola

Pai Joaquim de Angola – Saravá os Pretos Velhos: os vovôs e vovós

 

Preto Velho vem… vem de Aruanda… firma seu Ponto com arruda e guiné…
Em seu Terreiro ele não pede o seu nome… em seu Congá ele não perde a sua Fé…

Saravá aos Pretos e Pretas Velhas … Salve Vovós e Vovôs!

Sobretudo atrelado à comemoração da libertação dos escravos negros no Brasil, o mês de maio na maioria dos Terreiros de Umbanda saúda essa amada Linha de trabalho.
Por sinal, esta que tanta Luz derrama em nossas vidas.

Assim, ao vê-los arqueados em suas manifestações, sempre simples e humildes mas nem por isso subservientes, não vemos a grandiosidade de seu campo de atuação.
A saber, este é vastíssimo enquanto manifestação divina.

Portanto, formada por falanges inteiras de espíritos que de alguma forma estão ligados à evolução pelos sentidos, trazem em sua força de trabalho a palavra amiga, o consolo e a tranqüilidade, característica dos que trabalham pela evolução da humanidade.

Inegavelmente chamada de Linha das Almas por muitos, isso não deixa de ser verdade. Pois vemos muitos Vovôs e Vovós que respondem por nomes simbólicos de suas falanges ligadas ao Cruzeiro. Por exemplo, Pai Joaquim de Angola

O Cruzeiro

Portanto, Cruzeiro é um mistério ligado ao Trono da Evolução, de Pai Obaluaye.
Mas também está ligado pelo símbolo da cruz ao Trono da Fé, com Pai Oxalá.
Porém, isso não impede que haja manifestação de entidades ligadas a outras irradiações.

Dessa forma, há ainda dentro da Umbanda a resistência de alguns médiuns quando são intuídos pelos seus Guias quanto a seus nomes simbólicos de trabalho.
De outra forma, com certeza teríamos muitos “Pai João da Terra” ou “Pai Joaquim das Águas e porque não “Vovó Catarina do Fogo Divino”…

Assim, identificam-se pela sua origem africana diversa, seja do Congo, de Angola, de Guiné, sempre que dizem respeito à sua Linha de trabalho e campo de atuação.

Além disso, marcada pela presença do negro na Umbanda, de forma alguma a religião poderia deixar de homenagear suas origens afro.
Assim como a raça que permitiu que muitos espíritos semeadores da nova religião pudessem encarnar no Brasil sem chamar muita atenção.

A saber, a primeira manifestação relatada da Linha dos Pretos Velhos é descrita na história de Pai Zélio de Moraes.
Dessa forma, ocorreu no dia em que houve a manifestação do Senhor Caboclo das 7 Encruzilhadas (16 de novembro de 1908), na casa que em seguida seria batizada de Nossa Senhora da Piedade.
Assim, nesse mesmo dia houve a manifestação de Pai Antônio.

Então, o espírito do ex-escravo ali incorporado parecia sentir-se nada à vontade.
Curvado, alquebrado, evitou ficar na mesa ali posta para as manifestações e despertou pela sua humildade um sentimento de compaixão entre as pessoas ali presentes.

Eventualmente, questionado porque não se sentava, o arredio Velhinho respondeu:

“- Nêgo num senta não, sinhô … Nêgo fica aqui mermo… Isso é coisa de sinhô branco, i nêgo deve arrespeitá.
Nêgo fica aqui nu toco, qui é o lugá di nêgo…”

Pronto. Estava firmada ali a presença do Preto Velho na Umbanda.

Saravá Pai Joaquim de Angola !

Analogamente, estabeleceu-se esse trejeito humilde, simples, honesto, sem pedir nada em troca, sempre em nome do Pai Criador.
Igualmente em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, com essa naturalidade, passou a cativar dia a dia os filhos de Umbanda e todos aqueles que procuram ajuda nos Templos.

E se em suas manifestações trazem plasmadas as formas de suas existências como escravos, saibam que essas falanges acolhem muitos e muitos espíritos afins com suas vibrações de Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Sabedoria e Vida, que não necessariamente foram escravos em suas existências anteriores.

Por fim, a naturalidade de um Preto Velho é indescritível.
Afinal, é algo que sentimos, e se de coração aberto estivermos para absorve-la como benção, então durará muito em nosso íntimo.

Portanto, ao ver um Preto Velho em terra, pitando seu cachimbo, sentado em seu banquinho, não tenha vergonha: ajoelhe-se e peça sua benção.

Com certeza ele está ali, em seu banquinho, baixinho e perto do chão, para que segurando em nossas mãos clamem ao Criador bênçãos de Paz, Saúde, Harmonia, Prosperidade e Fé, muita Fé!

Saravá Senhores e Senhoras das Correntes das Almas!

Saravá os Pretos Velhos!

Vossa Benção!!!

Saudação ao Pai Joaquim de Angola

Meu Preto Velho de Batalha;
Faz de mim um batalhador;
Meu Preto Velho de Batalha;
Faz de mim um batalhador;
Abençoe os Pretos Velhos;
Santas Almas do Senhor.
Preto Velho de batalha,
Faz de mim um batalhador;
Abençoe os Pretos Velhos,
Santas Almas do Senhor.

Quando eu andava pelo deserto,
Ouvi uma voz de longe me chamar;
Quando andava, pelo deserto,
Ouvi uma luz de longe me chamar;
Quando eu andava preso no pecado,
Meu Preto Velho me aconselhou;
Quando eu andava preso no pecado,
Meu Preto Velho me aconselhou.

Salve oPai Joaquim de Angola

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